No momento que parei para pensar um pouco sobre “confiança”, me toquei que confiança é uma espécie de termômetro.
E um termômetro bem desregulado. Principalmente com os seus próprios métodos de medir. São escalas como Celsius, Kelvin e Fahre… Far hein… ah o modelo americano de exagerar até no tempo.
Por que um termômetro?
Um único termômetro é capaz de medir diversas temperaturas. Ora, a temperatura no ambiente é uma, a do seu corpo é outro, a água na geladeira é uma, a que sai do chuveiro é outra.
A temperatura é um dos primeiros indicativos sobre presenças estranhas no seu corpo. Dentro dos seus órgãos, onde você não tem controle algum sobre o funcionamento desde o primeiro dia que você chegou na existência.
Você sabe o que é frio ou calor muito antes de ter consciência sobre como você foi gerado. Você sabe quando o sol da praia às nove da manhã na praia é muito prazeroso. Da mesma forma, você sabe que uma cachoeira no frio pode não ser o melhor dos rolês.
Pela diversidade que existe no mundo, ainda que todos sintam a mesma coisa, nunca será “a mesma coisa” a forma como você se relaciona com tudo isso é ímpar
Se é assim com o clima, imagina com o resto das coisas que nos afetam de fato?
A confiança é um termômetro
Esse termômetro mede a temperatura do ambiente.
O quanto você confia nas pessoas.
O quanto as pesssoas confiam em você.
Este termômetro mede a temperatura que flui dentro de você.
Há poucas linhas afirmei que este termômetro por nome “confiança” é um tanto quanto desregulado.
Na física há uma série de variáveis que ratificam a minha afirmação e umas outras tantas que refutam a mesma ideia. Não tem a ver com as verdades impressas da física, mas com a semelhança da realidade.
A confiança é regulada por duas variáveis: o tempo e sentimento.
Quando você entra em um relacionamento e ele acaba, de forma geral, é quando você se sente livre para expor para os próximos as suas infelicidades. É como o romper de uma represa. Finalmente águas podem correr com todas as forças que são permitidas.
O tempo tem a ver apenas com único instante: passado
Tudo que produzimos nos contatos humanos é passado.
O futuro é, portanto, um passado não alcançado.
Hoje, janeiro de 2025, você imprime no imaginário do seu filho passado. Lembranças.
A forma como ele acessará esse arquivo e em qual momento específico da vida não lhe cabe — ou caberá — o controle. Não é sua responsabilidade.
A sua competência está na providência de um novo dia.
Seja para aqueles em que você ama ou para quem você atura em troca de salário.
O sentimento é o TOM com que você aborda as suas memórias
Se alguém te esfaquear na rua e você sobreviver, você vai prestar atenção em muita coisa. A ânsia de querer ficar vivo vai te obrigar a dizer que você pensa na sua mulher, no seu filho, na sua mãe… Depois que a saúde estiver minimamente restabelecida, talvez queira fazer uma arte marcial, comprar uma arma, contratar um segurança ou não sair mais de casa.
Possibilidades infinitas…
A primeira coisa que fica “em perigo” na verdade é na sua confiança. Sua confiança em passar por aquela rua novamente, sua confiança em andar com objetos de valor e surge a desconfiança em tudo e em todos.
Se o adultério foi suficiente para gerar o divórcio, é meio óbvio que o próximo relacionamento tenha a sombra da traição. Ao menor “sinal” que acesse a dor do chifre, abala o seu nível de confiança naquela pessoa. Mesmo que na realidade não tenha existido.
Foi outra pessoa que traiu, mas é alguém que não tem nada a ver com a situação ocorrida que faz seus chifres doerem.
Você confia nos outros na mesma medida que é capaz de recomeçar a vida quando tudo sair do seu controle
O quanto você confia em si mesmo diz, nas entrelinhas, as permissões ao seu passado
Confiança é concessão.
Confiança é um termômetro.
Confiança é um cronômetro.
Confiança é construção.
Confiança é guerra.
Confiança é o caminho da morte. Confiança é caminho da vida.
Confinança é o termômetro da felicidade de muita gente, mas também da frustração.
Confiança é o que fica.
Confiança tem a ver com o que escolho em gastar meu dinheiro.
E por falar nisso, Confiança foi um posto de gasolina que tinha no final da minha rua. O posto continua lá, mas agora, não confio mais em abastaecer lá. Meio óbvio, não tenho um carro.
Tenho um termômetro, não uso há muito tempo. Pois sinto que estou bem. Mas continuo sem confiar na gasolina daquele posto.
